quinta-feira, 9 de setembro de 2010

PORQUE VOU VOTAR EM DILMA

Desde a “greve dos ventres” no século XIX, em que as mulheres reivindicavam o direito de dispor sobre o seu corpo, luta que continuam sustentando ainda neste século, vivemos neste período eleitoral uma luta muito parecida - do reconhecimento do direito de se ter uma mulher na presidência e muitas outras em todos os espaços de decisão deste Brasil.

Como no século XIX, esta luta, diz respeito à autonomia das mulheres em decidirem como sujeitos sociais o lugar que devem estar e participarem integralmente da vida política em todos os setores, como decidirem os rumos de suas vidas e da vida da sociedade.

Entretanto, existe um complô arquitetado e armado por aqueles varões do outro projeto que desqualificam e não reconhecem este legítimo direito constitucional brasileiro. Tentam de todas as maneiras inviabilizar as mulheres, apedrejando a nossa candidata Dilma, com calúnias, com estereótipos, com ameaças, com deboches, com agressividade, praticando uma violência psicológica e moral contra as mulheres do mesmo tamanho da violência física que elas sofrem diariamente e que está sendo denunciada e que tem a Lei Maria da Penha como símbolo. Utilizam o poder da poderosa mídia elitista que sempre esteve beneficiando esta elite.

Os argumentos lançados são os mesmos quando Lula, o metalúrgico se candidatou pela primeira vez, preconceituosos, discriminadores, racistas, sexistas e machistas, porém, em contrapartida, os elementos concretos explicitados pelas ações das políticas públicas efetivadas no governo do presidente Lula, não deixam dúvidas que continuar mudando o Brasil é inteligente, possível e fato concreto.

Nos últimos debates ou entrevistas na grande mídia, assistimos ao ressurgimento dos discursos das correntes de direita, recusando-se a ver as mulheres como pessoas autônomas, participativas, trabalhadoras que contribuem para o desenvolvimento do país.

Os dados estatísticos disponíveis nos institutos de pesquisas explicitam que nos últimos vinte anos tem acontecido de forma volumosa o fenômeno da feminização do mercado de trabalho. Da década de 90 para cá, houve um aumento muito grande desta participação. Em 1995, as mulheres empregadas ou procurando emprego de 16 anos a mais eram de 54% em 2008, este dado é de 58% com escolaridade maior do que dos homens.

Para, além disso, as mulheres em 2008 passaram a ser maioria entre os doutores, sendo 51,5%. Em 1996, elas eram 44,2%, este avanço é fruto de mais investimentos por parte das mulheres nos seus próprios estudos e qualificação.
As mulheres provedoras, que sozinhas chefiam suas famílias cresceu em uma década 10% passando de 25% para 35% em 2008, e as famílias que possuem dois cônjuges o percentual da mulher chefiando economicamente passou de 2,4% para 9,15.

Então, as mulheres estão na atividade produtiva, gerando renda, contribuindo para o aumento do produto interno bruto e do consumo, sem, entretanto, diminuir a jornada de trabalho, pois continuam nas atividades reprodutivas, tendo sempre mais um dia de trabalho do que os homens, principalmente as mulheres negras que trabalham mais horas, ganham menos e estão na maioria nos serviços mais precarizados, persistindo a divisão social do trabalho, baseada nas relações sociais de sexo e etno-raciais.

Poderíamos traçar um quadro cronológico da exclusão das mulheres no campo da política e dos mecanismos de poder, assim como, a trajetória de luta das antigas mobilizações feministas em favor da igualdade política que somente em 1906 começaram a ter impactos, como o direito ao voto na Europa, no Brasil na década de 40. Entretanto, as mulheres brancas tiveram o direito ao trabalho, antes do direito ao voto, porque as mulheres negras brasileiras sempre trabalharam contribuindo com a construção do país em situação de escravidão e exploração. Estes dados demonstram a discriminação e a desigualdade, porém mais do que isso, mostram a importância e o valor do trabalho da mulher no desenvolvimento econômico e sócio-ambiental de uma nação.

A eleição de Dilma à presidência do Brasil representa a ultrapassagem da dicotomia do público e do privado, do trabalho produtivo e reprodutivo, da igualdade versos à diferença, rumos que com certeza a teoria com suas diversas abordagens e compreensões epistemológicas, a luta dos movimentos sociais e as políticas públicas continuarão a contribuir com a redefinição de papéis masculino e feminino, de cidadania, de ciência, de desenvolvimento e de práticas humanas de convivência social.

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